terça-feira, 3 de junho de 2008

Se é vítima, ou tem conhecimento de algum caso de Violência Doméstica ou Discriminação Social, denuncie!

A findar que está o ano lectivo, decidimos colocar online um conjunto de contactos possíveis de serem contactados pelas vítimas quer de violência doméstica, quer de discriminação social, com vista a receberem apoio para tal e ajuda no que respeita a responsabilizar os culpados.

Aconselhamento e Ajuda:
Quais as instituições?
A quem recorrer?
Associação de Mulheres Contra a Violação
TLF: 218 511 223
Associação Portuguesa de Apoio à Vitima – APAV
TLF: 218 884 732 / 707 200 077
Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres
TLF: 217 983 000
Gabinete de Consulta Jurídica – Ministério da Justiça
TLF: 213 960 586 / 213 603 857
Grupo de Ajuda Mútua a Mulheres Vítimas de Violação
TLF: 218 400 253 / 217 937 921
Serviço de Informação às Mulheres Vítimas de Violência
Linha Verde: 808 202 148
União de Mulheres Alternativa e Resposta – UMAR
Linha Verde: 808 200 175
Guarda Nacional Republicana – GNR
Policia Judiciária
www.contraviolência.online.pt

Agressões Familiares: Estudo demonstra que o pai é o pincipal agressor no seio familiar

O grupo decidiu abrir um parênteses no tema discriminação social, analisado pelo grupo durante o terceiro período do corrente ano lectivo, e divulgar uma notícia promulgada pelo jornal Sol, que respeita ao tema anterior - Violência Doméstica.
"Mais de metade das crianças vítimas de agressão sexual no seio familiar são abusadas pelo pai ou padrasto concluiu um estudo desenvolvido por Francisco Taveira, investigador da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), a que a Lusa teve hoje acesso.

De acordo com os dados recolhidos na delegação Norte do Instituto de Medicina Legal (IML), entre 1997 e 2004, 45 por cento das crianças abusadas no seio familiar foram vítimas do próprio pai e seis por cento do padrasto.
A investigação, coordenada por Teresa Magalhães, directora do IML/Porto, teve como objectivo caracterizar o abuso sexual de crianças e jovens no contexto intra e extrafamiliar, para perceber as diferenças que existem entre as duas situações.

Em declarações à Lusa, Teresa Magalhães disse que o estudo foi, entretanto, alargado até 2007, mas os dados obtidos não revelaram «diferenças substanciais».

Apesar dos números definitivos ainda não estarem disponíveis, a directora afirmou que «há um ligeiro aumento» dos casos de agressão sexual a menores intrafamiliares, mas com «uma diferença pouco significativa»

«O facto de termos registado um ligeiro aumento não significa necessariamente que este crime esteja aumentar, pelo contrário, penso que significa que é um crime que se está a tornar mais visível, o que poderá até ser entendido como um indicador positivo», sublinhou.

Segundo os autores da investigação, «uma melhor compreensão das características dos diferentes tipos de abuso permite melhorar a detecção dos casos e encaminhar, tratar e proteger as vítimas de forma mais adequada».

No período de tempo estudado (1997/2004), foram detectadas 1.141 ocorrências relativas a exames de natureza sexual realizados a crianças e jovens entre os zero e os 17 anos.

Sessenta e sete por cento destes casos foram analisados pelos investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), que concluíram que 34,9 por cento das situações reportavam a abusos intrafamiliares.

Destes, 45 por cento são vítimas do pai e seis por cento do padrasto.

As vítimas, com uma idade média de 11 anos, eram maioritariamente do sexo feminino (83,6 por cento). Os abusadores foram homens em 99,6 por cento dos casos, verificando-se apenas um caso em que a abusadora era a mãe.

Os investigadores verificaram também que, nos casos de abuso intrafamiliar, a vítima é mais nova, os abusos são menos intrusivos, mas as práticas são mais repetidas e muito difíceis de detectar e diagnosticar.

As crianças agredidas por indivíduos exteriores à família sofrem abusos mais violentos, mas com menor frequência. Os autores do estudo concluíram que «estes casos extrafamiliares são detectados e travados mais precocemente».

No entanto, os especialistas em Medicina Legal verificaram que, mesmo quando o abusador é exterior à família, em 65 por cento dos casos é uma pessoa conhecida da criança abusada.

A partir dos dados concluiu-se que uma grande parte dos abusadores já tinha antecedentes de comportamentos sexuais desviantes e que a maioria das crianças (37 por cento) foi abusada sob violência física e 21,2 por cento sofreram ameaças verbais «que muitas vezes incluíram ameaças de morte».

Teresa Magalhães salientou que é «muito difícil detectar os casos de violência sexual intrafamiliar dada a falta de visibilidade de situações suspeitas e o controlo da vítima pelo medo».

A directora do IML acrescentou que, embora as crianças possam não ter consciência de que são vítimas de abuso sexual quando são muito pequenas, a partir dos seis anos crescem os sentimentos de vergonha que, aliados à fragilidade inerente à idade, à condição de vítima e à perda de confiança são causadoras de sérios problemas de foro psicológico.

Lusa/SOL